segunda-feira, 18 de junho de 2012

[Filmes] Madagascar 3 e Toy Story 3


Ultimamente estou numa pegada de filmes de animação. Só no último feriado assisti Alice no País das Maravilhas, A Dama e o Vagabundo, Madagascar 3 e Toy Story 1, 2 e 3.
A Dama e o Vagabundo e Alice no País das Maravilhas são os clássicos da Disney da década de 1950. Todo mundo já assistiu ao menos uma vez na vida e traz nem que seja uma leve simpatia pelos dois desenhos. Apesar de antigos, os dois são super elaborados e trazem uma história que agrada a todas as idades e públicos: minha mãe gosta, eu gosto e minha irmã de cinco anos adora. Entretanto se tiver que escolher um dois, opto sempre por A Dama e o Vagabundo, a história consta na minha lista de top 10 de melhores filmes que eu já vi.


Já Madagascar 3 é o mais fraco da franquia. Parece que perdeu um pouco da essência do primeiro filme e só utilizaram os mesmos personagens com o mesmo nome de filme para vender. Há várias cenas desnecessárias, com muita ação e aventura que não condizem com a proposta – ou o que deveria ser a proposta – do filme. Entretanto dá para assistir, dar umas risadas e se divertir.


Por outro lado Toy Story 3 é bem melhor que os outros dois. Apesar de ser um filme um pouco mais pesado para crianças, tem tudo na medida certa: aventura, clichês, uma história super bem desenvolvida e até um final digno de derrubar várias lágrimas.


São várias as animações que merecem ser vistas. Desde os clássicos da Disney que nos acompanharam na nossa mais tenra infância até várias outras recentes, como Wall-E, Up, Monstros S.A., Shrek, entre tantos outros.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

[Entrevista] Eduardo Sabino


Eduardo Sabino, mineiro, formado em Comunicação Social – Habilitação em Relações Públicas, atualmente trabalha como escritor e jornalista e é autor do livro “Ideias Noturnas: sobre a grandeza dos dias”, da Editora Novo Século. Devorador de livros desde muito cedo, Eduardo falou por e-mail com o Precisamos Falar Sobre Livros e contou sobre sua paixão pela literatura, a publicação de seu primeiro livro e a dificuldade de ser autor no Brasil. Eduardo completa: “para viver com alguma dignidade, presto serviços na área de comunicação. Dedico-me à literatura nas horas vagas”. Confira abaixo a conversa:

Precisamos Falar Sobre Livros – O jornalismo te levou a ser escritor ou ser escritor te levou ao jornalismo? Por quê?
Eduardo Sabino - O interesse pela literatura veio antes. São mundos muito diferentes, o da literatura e o do jornalismo. Não escolhi uma coisa por gostar da outra. Foi um conjunto de circunstâncias, havia desistido de um curso técnico de Química e consegui uma bolsa. Claro, uma vez estudante de Comunicação, eu me beneficiei, em algum momento, das leituras literárias. É preciso ter alguma carga de leitura, seja de revistas em quadrinhos ou manuais de instrução, para articular uma frase. 

PFSL – Como nasceu sua paixão pela literatura?
ES Veio cedo. Quando criança e adolescente, li muitos livros de literatura infantojuvenil. É difícil de lembrar exatamente como ou por que nasceu o interesse. Na minha infância não vivi numa casa cheia de livros, pelo contrário, mas meu pai era um bom contador de histórias. Ele fazia isso para entreter-nos (eu e o meu irmão). Quando descobri que os livros da biblioteca da minha escola tinham os contos narrados por ele e muitos outros, comecei a levá-los para casa. Pedia a todo ser alfabetizado que encontrava pelo caminho para ler as histórias para mim: meus pais, minha avó, os vizinhos. Pelo meu interesse ou pela chateação, minha mãe não aguentou esperar o período de alfabetização da escola e me ensinou a ler. A partir de então, não parei. 

PFSL – Há algum escritor que sirva de inspiração?
ESAdmiro muitos autores, mas não sei até onde vai a influência deles no que faço. Não acho que exista um autor específico que aponte a direção ou sopre palavras a um escritor, salvo nos casos de imitação. Para mim, o autor cria em cima da memória, mas de uma memória diversa. No meu caso, a minha base deve ser formada essencialmente de leituras, filmes e experiências pessoais.

PFSL – Fale-me sobre o Ideias Noturnas. De onde veio a ideia? Quanto tempo levou para escrevê-lo? A dificuldade (ou não) para publicá-lo.
ES São contos criados entre 2006 e 2009. Alguns vieram de períodos anteriores, mas foram remodelados. Os textos buscam explorar situações inusitadas, com algum apego ao elemento fantástico, para criar histórias sobre o tempo, os relacionamentos, as pequenas mortes e paranoias da vida humana. Publicar, na verdade, não é tão difícil, o difícil é publicar em boas editoras, ter uma boa distribuição e não colocar a mão no bolso. 

PFSL – Qual o feedback que você recebeu do Ideias Noturnas?
ES Foi um bom começo. Conheci muitas pessoas, algumas interessadas no livro, outras na repercussão dele, mas algumas que me apontaram caminhos interessantes e me ajudaram a amadurecer o meu projeto literário. Aprendi, especialmente, a ter paciência, a valorizar mais a experiência de criação literária do que a da publicação. Sobre repercussão, o livro teve alguns desdobramentos interessantes, um deles está por vir. O conto de abertura terá uma versão cinematográfica em breve, adaptado por uma produtora de Belo Horizonte. 

PFSL – Quais as principais dificuldades que um escritor iniciante enfrenta?
ES Muitas. Especialmente no Brasil, os leitores são raros, já são poucos para o autor consagrado. Mas tenho a impressão que, para quem tem realmente a necessidade de escrever, as portas fechadas do mercado são um detalhe. A dificuldade maior está na guerra contra si mesmo: se aceitar e se fazer escritor, definir direções, buscar um estilo, ser fiel a si mesmo, seja lá o que signifique isso. Para o escritor que não está satisfeito em repetir fórmulas de best-sellers, a batalha é para buscar uma voz própria, reconhecível, e fazer algo que valha a pena ser lido, não importa por quantos.

PFSL – Estar fora do eixo Rio-São Paulo gera alguma dificuldade especial na sua carreira?
ES Os holofotes estão no Rio e em SP, claro, mas, como disse, não acho que isso seja o principal empecilho para um autor.

PFSL – Alguma dica para quem sonha em publicar um livro?
ES Deixar de ver isso como um sonho, mas como a conseqüência de um trabalho dedicado de escrita, um ofício real e estimulante por si mesmo. Claro, ler bastante deve ser o único conselho possível. Um leitor compulsivo não se tornará necessariamente um escritor, mas o escritor é obrigatoriamente um leitor dedicado. E é preciso ler para além das resenhas, para além das vitrines e dos Best Sellers. 

PFSL –Como é ser escritor/ter um livro em um país que a leitura não é valorizada?
ES Não há autor que não queira ter muitos leitores. Mas a necessidade de escrever é coisa mais complexa. Poucos leitores bastam. É como o náufrago de Tom Hanks, que se mantém vivo dialogando com uma bola de vôlei. Um escritor incurável escreve até para os fantasmas. É mais necessidade do que vaidade, o prazer está mais no ato de criar do que no de provocar leituras. Não que o segundo não seja gratificante, mas o peso é menor.   

PFSL – O que pensa da relação internet X livros/ebooks?
ES É uma discussão sobre suportes. Penso que a preocupação deveria ser a de manter a literatura viva, não a de discutir qual o melhor suporte ou se um anulará o outro. Se o livro vier a morrer, o que não acredito, será assassinado pelos não leitores, não por alguma nova tecnologia. Quem gosta de ler literatura, continuará a ler independente da forma: vai ler na parede, no papel, no computador, onde for possível. Também não acho que o livro de papel está com os dias contados. A seita de admiradores da literatura ainda valoriza muito o livro físico, as capas, o projeto gráfico. Não se mata um fetiche da noite para o dia.  

PFSL – O que é a internet para você?
ES Um meio interessante para o trabalho intelectual, o artístico, o profissional. Como todos os grandes empreendimentos da humanidade, também é um meio repleto de ameaças à segurança e à liberdade das pessoas. Também vem se tornando um espaço de convivência, que não deve, nunca, substituir um boteco.  

PFSL – Gostaria de acrescentar alguma coisa?
ESNão, obrigado pelo espaço.

O blog agradece a participação de Eduardo. Esperamos que vocês, leitores, consigam extrair o melhor do que o autor dividiu conosco. Para conhecer mais sobre Eduardo Sabino e seu trabalho, acesse o site do autor.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Trono de Fogo


Sabe quando você está lendo um livro, mas consegue arrumar qualquer desculpa ou qualquer coisa muito mais interessante para fazer para não precisar sentar e lê-lo? Então, é justamente esta a sensação ao ler O Trono de Fogo.
Quando li A Pirâmide Vermelha já não tinha ido muito com a cara do livro. Mas eu tenho um problema sério: por pior que seja, sempre que começo alguma coisa, eu preciso terminá-la (tanto que só abandonei dois livros na vida que realmente não tinham condição de continuar: Melancia e A Bruxa de Portobelo).
A história do livro em si é bem bacana. Traz mitologia egípcia em um enredo bem elaborado, que não perde o fôlego e que agrega um conhecimento sobre os deuses antigos que também vale a pena. Qual o problema então? Lembram quando falei AQUI que o Rick Riordan criou um estilo de escrita bem humorado? Em O Trono de Fogo parece que o autor realmente se descontrolou e que não achava que o capítulo valeria a pena se não tivesse pelo menos meia dúzia de piadas engraçadonas por página.
Tudo que é demais cansa. E as piadas desnecessárias, fora de hora e que não são engraçadas, te irritam de uma maneira no decorrer das páginas, que antes da metade do livro você tem vontade de rasgar o livro e trucidar qualquer um que venha fazer gracinha com você.
Eu entendo a intenção do autor de querer mostrar que o bom humor é vital em qualquer situação e ajuda a enfrentar os problemas mais difíceis, de uma maneira mais leve e descontraída. Entretanto tudo tem limite e tem hora que não é para fazer piada. Ponto.
Têm tantos livros bons por aí que eu acho que você pode realmente passar a vida sem conhecer A Pirâmide Vermelha e O Trono de Fogo. Mesmo que você seja fã de Rick Riordan pela saga Percy Jackson, busque outros livros do autor, como a série dos Heróis do Olimpo, ou as obras adultas do mesmo (que eu ainda não conheço!). Tenho certeza que você vai encontrar outros livros bem melhores por aí.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

As Gárgulas



Livros de vários contos de Ana Guimaraens, agrupados em temas, entretanto todos são independentes.
A leitura é fácil, rápida e de certa maneira, bastante agradável. São menos de 100 páginas que podem ser devoradas em pouco mais de uma hora – talvez até menos.
Alguns contos merecem destaque, como O Pangaré e A Viagem e outros nem deviam contar no livro, como Desejos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Almanaque da TV


É complicado voce pegar para ler um livro intitulado “Almanaque da TV” e se deparar com um “Almanaque da TV Globo com algumas histórias de outras emissoras inclusas”. 
Os autores, por ainda trabalharem na TV Globo, resolveram fazer um resumão do que foi a história da rede até mais ou menos 2005. Claro que é impossível não mencionar outras emissoras e determinados programas, mas fica evidente que os autores querem simplesmente citá-las por obrigação. 
Há o exemplo da TV Excelsior, que apesar dos poucos anos de duração, foi de uma importância ímpar para a história da televisão e praticamente criou o modelo de programação adotado até hoje pela Globo, mas que aparece pouquíssimas vezes no decorrer do livro.
A TV Record, bem mais antiga que a sua concorrente, aparece menos ainda. É possível, quem sabe, encher os dedos de uma mão com a quantidade de aparições da emissora na obra.
O SBT ainda aparece um pouco. Talvez tenha sido impossível negar Silvio Santos, um dos homens mais importantes da história da televisão brasileira. Entretanto, o programa Chaves que foi – e ainda é – um dos programas mais assistidos da televisão, não mereceu nem uma nota de rodapé.
Algumas curiosidades interessantes são contadas no livro de quando se começou a fazer TV no Brasil que não se tinha a menor noção de nada. E também de outros países. Um caso bacana que me chamou a atenção foi sobre os mitos da influência de assistir televisão: na Inglaterra, dizia-se que a exposição excessiva à televisão diminua o consumo de Fish & Chips e ainda dava cáries.
Mas apesar de ser um livro completamente parcial sobre a história e as curiosidades da televisão, é uma leitura bacana e extremamente válida para quem curte o assunto ou simplesmente se interessa pela história dos veículos de comunicação. Só é aconselhável manter na cabeça que é um livro mais popular e de linguagem fácil sobre a história da Rede Globo.
Porém, eu sou da opinião de que a partir do momento que se decide escrever sobre a televisão no geral, gostos e preferências devem ser deixados de lado e também o medo de não agradar os patrões por citar em demasiado a TV Tupi ou Excelsior ou qualquer outra. Não estou negando a importância da Globo para a história da televisão brasileira – muito pelo contrário – a Globo é um exemplo de técnica e qualidade de dar inveja (apesar de ter outros inúmeros defeitos), mas ela só surgiu em 1965, a TV já existia há 15 anos no país. Cadê a história destes 15 anos e de como foi difícil aprender a fazer televisão?

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Melhor Saga Juvenil


Atenção: esta resenha contém spoilers. Caso não queira saber partes importantes da história, não continue a leitura.



Não sei se é porque cresci lendo Hary Potter, mas considero um dos melhores livros que tem e talvez a melhor saga adolescente que eu já li.
A primeira vez que tive contato com um livro da série, no ano 2000, eu tinha 12 anos. Imagine uma criança de 12 anos lendo sobre Hogwarts, trouxas, Voldemort etc. etc. etc.? Foi simplesmente fantástico. Foram sete anos vivendo a expectativa sobre o que iria realmente acontecer com a série, quem iria morrer, quem sobreviveria. Teorias e mais teorias. Em 2007 quando o último livro foi lançado, eu já estava na faculdade e Harry Potter há muito tinha deixado de ser um livro bobo que encantou a criança de 12 anos. Lembro-me que após o lançamento oficial, saíram na internet traduções livres dos fãs e que devorei Relíquias da Morte em uma madrugada de tão ansiosa que estava para ver o final.
Desde então, pelo menos uma vez por ano, releio todos os livros da série. Adoro releituras. São ótimas para enxergarmos novos pontos de vistas e detalhes que passaram despercebidos na primeira vez. Enfim...
O que gosto bastante em Harry Potter é a maneira como a série amadurece junto com o personagem e com os fãs. JK Rowling amadurece sua escrita ao longo do crescimento de Harry. O livro “bobinho e infantil” de A Pedra Filosofal não se compara com a história e a escrita adulta de As Relíquias da Morte. Aliás, a partir de O Cálice de Fogo que é quando Voldemort renasce, Harry Potter já não é mais um livro infantil. Há mortes, torturas e decepções bastante pesadas.
Outro ponto que me surpreende bastante: as pessoas que JK Rowling mata durante a série. São pessoas que você jamais veria morrer em um livro de final feliz comum. Mas, com certeza, seriam as pessoas que morreriam de verdade. A morte de Sirius Black e Dumbledore me fizeram chorar litros. Mas no último livro, quando mata Edwiges, Dobby, Lupin, Fred Weasley etc., eram pessoas que jamais esperaríamos e que após ler, fica aquele choque de “WTF, JK? Sério que você fez isso?”. Mas apesar do choque, é aí que você percebe o quanto a autora sabe o que está fazendo.
A história vai se encaixando. JK consegue amarrar as passagens de maneira primorosa. Alguns detalhes passam? Sempre. Mas é ótimo ver algo que você não deu tanta importância no primeiro livro sendo explicado lá no último. Ou alguém que ela simplesmente mencionou uma vez no quinto livro sendo uma peça-chave no livro final.
Sem contar os personagens: são humanos. Possuem um quê de heroísmo necessário para vender livros, mas são chatos e escrotos, nem um pouco perfeitos e sem defeitos. O Harry, por exemplo, principalmente em Relíquias da Morte, é uma das pessoas mais intragáveis do mundo, mas sem perder a essência.
Harry Potter é uma combinação que deu certo. Bons personagens, boa história e boa narrativa são fatores que transformaram a série em uma das mais lidas do mundo e JK na mulher mais rica da literatura.
A saga merece ser lida por pessoas de todas as idades. Tem ensinamentos que podem ser levados pra vida e mais importante ainda: mostra que o mundo não é cor de rosa, que “o que tiver que será e que temos que estar prontos para enfrentar”.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Protegendo o Inimigo


Protegendo o Inimigo traz tudo que se espera de um filme de ação. O problema é que ele fica nisso, é apenas mais um. O roteiro é previsível, usando o clichê do “bad guy” que muda de ideia e acaba se tornando o herói. Papel que coube a Denzel Washington, que por incrível que pareça teve uma atuação fraca.
O filme foi feito para Ryan Reynolds e fica a impressão de que Washington foi mais importante como chamariz para atrair os fãs fiéis – como foi meu caso – que para a construção da obra em si.
Sem contar que apesar de Tony Scott não estar de modo nenhum envolvido na produção, Daniel Espinoza montou seu longa-metragem completamente inspirado no diretor. Primeiramente pelo próprio Denzel, que é a estrela de praticamente todas as suas produções, mas também pela fotografia, movimentação de câmera e iluminação, que são claramente inspiradas no estilo de Scott.
Embora o roteiro seja um clichê, ele até funciona bem em certos momentos. As cenas de ação são bem desenvolvidas, conseguindo gerar a eletricidade e o clima de tensão necessários.
Os personagens, se não são fracos, também não chegam a impressionar. Denzel Washington faz seu papel de sempre: o cara solitário e experiente. Apesar de ser craque no estilo, Washington parece estar com preguiça de atuar, o que tira um pouco seu brilho. 
Já Reynolds faz o típico mocinho novato de filmes de ação. Corajoso e honesto, Matt é daqueles que acreditam em seu dever e duvidam do mal, reluta em acreditar que há um traidor ou que o governo possa estar sendo criminoso. Essas características são bem ilustradas em algumas cenas, mostrando seu desconforto ao ver Frost ser torturado por agentes da CIA ou hesitando para atirar em um guarda inocente, ainda que para se defender.
Resumindo, Protegendo o Inimigo acerta em alguns pontos e falha em outros. É raso, mas não deixa de ser uma boa peça de entretenimento. A presença dos astros garantirá uma boa bilheteria, mas o filme dificilmente será lembrado no futuro.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Raciocínio Criativo na Publicidade


Apesar do título bastante específico, o livro de Stalimir Vieira é válido para todos querem aperfeiçoar a arte da criatividade.
Escrito de maneira fácil, o autor desmistifica o senso comum de que ser criativo é praticamente similar a ter um super poder. Ao contrário: para ser criativo basta se exercitar.
No livro, a criatividade nada mais é que um exercício. É necessário trabalhar a mente a pensar diferente, criar o hábito de ir na contramão, de fazer perguntas que fujam do comum e não ser passivo a tudo que é despejado diariamente sobre todos nós.
Com exemplos de cases reais, Vieira nos mostra que a solução criativa é tão simples quanto a “solução comum”, basta você estar treinado para conseguir enxergá-la.
O foco do livro é a criação publicitária, mas o assunto é perfeitamente adaptável a outras áreas do conhecimento: a técnica da criatividade é a mesma. Como o próprio autor cita nas páginas do livro, a Folha de São Paulo convida-o periodicamente a realizar palestras aos jornalistas para ensiná-los a como criar títulos que atrairão mais leitores.
Contudo, talvez pela intenção de criar um “beabá da criatividade”, o autor é simples demais, explicando tudo tão detalhadamente que não deixa margem para interpretações. Stalimir Viira mastiga tanto o assunto que até acaba com o sabor, chegando muitas vezes a se tornar extremamente repetitivo, explicando o mesmo assunto de diversas maneiras diferentes, o que não há necessidade.
Raciocínio Criativo na Publicidade é rápido, fácil e traz um conhecimento bacana. Mesmo o autor não tendo feito nenhuma descoberta incrível e trazendo um assunto bastante clichê, a leitura é válida.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O Herói Perdido


Agora eu entendo o porquê de JK Rowling não escrever outros livros depois de Harry Potter. É impossível não comparar. No caso de “O Herói Perdido” isso fica ainda mais evidente por se tratar realmente de uma continuação de Percy Jackson.
Uma coisa que me incomoda em Rick Riordan é seu estilo de escrita com um quê de humor: o autor acha que há necessidade de meter uma piada engraçadona pra qualquer personagem em qualquer situação. E não é assim que funciona. Há personagens que não combinam com piadas e pronto.
Mas apesar disso, gosto bastante da saga Percy Jackson (um dia escrevo sobre ela!) e gostei bastante do primeiro volume dessa série “Os Heróis do Olimpo”.
Acho a escrita de Riordan fácil e gostosa. Ele consegue te prender nas páginas do livro, te contar a história sem te sobrecarregar de informações e sem te deixar cansado. Você quer chegar ao final do livro, apesar de, na maioria, o final ser bastante previsível.
Para quem gostou da primeira parte da história dos Olimpianos, vai se identificar com esta continuação. Há bastante ação, mistério, romance (sempre, né?!) e Rick Riordan traz o lado romano da mitologia caminhando juntamente com o grego.
Vamos aguardar os demais volumes da série. Espero que mantenha a mesma qualidade de Percy Jackson e desta primeira edição. Espero também que, apesar de trazer os personagens da saga anterior, eles continuem em seu papel secundário e que, Percy Jackson, depois que aparecer, não se torne mais uma vez o grande herói da história.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres


Ao contrário de todas as minhas expectativas, Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres é um filme muito bom. Arriscaria até a considerá-lo melhor que a versão sueca. Longe de ser um filme perfeito, é uma adaptação muito boa da obra homônima de Stieg Larsson.
Não gosto muito dos atores escolhidos para representar os personagens. Por alguma razão obscura, não vou com a cara do Daniel Craig, mas deixando este sentimento de lado, não considero que ele tenha conseguido encarnar o verdadeiro espírito de Mikael Blomkvist. Aliás, acho que nem Craig e nem Michael Nyqvist alcançaram a verdadeira essência do personagem criado por Larsson.
O mesmo cabe à Lisbeth Salander. Gostei da interpretação de Rooney Mara, apesar de achar que Noomi Rapace conseguiu fazer um trabalho muitíssimo melhor. Mas, assim como no caso de Super Blomkvist, nenhuma das duas conseguiu realmente captar o verdadeiro “eu” da Hacker. Faltam mais algumas gotas de antissociabilidade para atingir o grau perfeito. Este elo perdido da personagem também considero que seja um pouco culpa do roteiro. Quiseram fazer uma Salander antissocial mas carismática e que vendesse o filme. Uma combinação não muito boa.
Outro ponto que me deixou bastante possessa com o roteiro foi a infeliz mania de Hollywood de romantizar qualquer história que envolva um homem e uma mulher. Apesar de no livro existir uma certa paixãozinha de Lisbeth por Blomkvist, não é um amor de fato. Não há cenas de conchinha na cama e nem Lisbeth abrindo o coração. Ela confia nele, sim. Ela gosta dele, sim. Mas ela é Lisbeth Salander. Ponto.
O filme é longo, são quase 2h40 que passa razoavelmente rápido. O filme chega a ser arrastado em algumas partes e cheio de detalhes, do mesmo modo que o livro. Há um final um pouco diferente do que o do livro, mas não achei que tenha sido nada que prejudicou a adaptação. De fato, gostei da maneira como solucionaram o mistério.
Vale à ida ao cinema. Não tanto quanto vale a leitura dos livros, mas acho que nenhuma adaptação realmente valha. Agora só nos resta aguardar os outros remakes da trilogia. Será que as versões hollywoodiana irão superar a sueca?

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Mundo Pós-aniversário


Conheci Lionel Shriver ao ler Precisamos falar sobre o Kevin e, assim como no romance anterior, a história é densa, inteligente e carregada de fragmentos psicológicos do personagem principal.
Em O Mundo Pós-aniversário, a autora traça duas vidas paralelas, alternadas em capítulos, sobre a história de Irina McGovern. Em uma vida, a protagonista abandona sua vida de casada e completamente segura para se entregar a uma paixão arrebatadora com um jogador de sinuca. Na outra, apesar das faíscas pelo jogador, Irina não joga tudo para o alto e continua a viver com o homem que há dez anos faz parte de sua vida.
O livro é uma excelente reflexão das consequências de nossas escolhas e de que não vivemos em um mundo perfeito. Independente do caminho que decidamos seguir, sempre haverá coisas boas e coisas ruins e o que fará a diferença é a nossa maneira de lidar com cada obstáculo.  Há ainda uma das frases mais marcantes do livro: “o momento é tudo”, que mostra que, muitas vezes, temos que nos render aos desejos e fazer o que é certo. Se este momento passar, não haverá segunda chance e sua vida será completamente diferente se você optar pela estrada da direita ou da esquerda. E o que é pior: não há uma placa sinalizando qual é o caminho certo a seguir.
Lionel Shriver cria uma história em que nos mostra que nunca estamos satisfeitos com nossas escolhas e que, por melhor que seja a nossa vida, sempre buscamos entender o “e se tivéssemos feito diferente?”.
A leitura não é fácil e não é um livro para ser devorado em uma sentada, entretanto você consegue se colocar no lugar da personagem e quer ler cada vez mais e mais.
É sensacional a maneira que a autora constrói o paradoxo da dúvida, trabalhando os medos, vontades, ansiedades, alegrias e tristezas que os seres humanos são capazes de sentir. A reflexão criada nas páginas de O Mundo Pós-aniversário são bárbaras e, no final, o que importa é entender – e aceitar – que tudo que fizemos foi em busca da nossa felicidade e que problemas são comuns, o que não é comum é a maneira como vamos encará-los e transformá-los em mais um aprendizado.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Entrevista com o Vampiro


ATENÇÃO: Esta resenha contém spoilers. Caso não queira conhecer partes da história, não continue a leitura.


Comecei lendo o segundo livro das Crônicas Vampirescas, O Vampiro Lestat, para só depois ler Entrevista com o Vampiro. Não sei se isso foi melhor ou pior, só sei que foi significativo para que eu não gostasse da biografia de Louis.
O ritmo de Entrevista com o Vampiro é bem melhor que em Lestat, é mais rápido e fácil, entretanto como o livro é escrito basicamente em diálogos chega a ficar confuso em determinados momentos. Louis não é de longe um personagem tão charmoso quanto Lestat, é tão inseguro e fraco que chega a ser chato.
Mas o maior pecado de Anne Rice foi se perder na história. Parece que quando escreveu Entrevista com o Vampiro não tinha imaginado nada além para as Crônicas Vampirescas. Entendo que o primeiro livro é narrado por Louis e o segundo pelo próprio Lestat, entretanto o personagem de Lestat é completamente diferente nos livros. Não é uma questão de ponto de vista do narrador, mas sim de vampiros diferentes, com personalidades diferentes e até histórias diferentes. O próprio Armand também caminha de um extremo ao outro nos livros e, em momento algum, em Entrevista com o Vampiro, a autora menciona que Armand era apenas um adolescente quando foi transformado em vampiro. Lembro que quando li O Vampiro Lestat não tinha entendido porque no filme do Entrevista com o Vampiro, tinham colocado o Antonio Banderas que combinava com o personagem proposto. Contudo, quando li o próprio livro que originou o filme, percebi que o Antonio Banderas fazia mais sentido como o Armand de Louis, mas jamais como o Armand de Lestat.
Pequenos detalhes passam despercebidos quando as sagas são grandes. Mas um “detalhe” é uma coisa, uma “história” é completamente diferente. Há vampiros que supostamente foram feitos pelo Lestat neste primeiro volume que não são sequer mencionados no livro seguinte. Quando Anne Rice decide fazer um segundo volume para a saga sustentando a história de Lestat, tinha que pelo menos manter a base original de Entrevista com o Vampiro.
Todavia, caso achem desnecessário aprofundar em personagens secundários e aceitem que não tem problema em não mencioná-los na biografia de Lestat, a história da morte de Claudia no Teatro dos Vampiro poderia ao menos ser meramente semelhante. No O Vampiro Lestat, Rice menciona os fatos superficialmente, enquanto a história é contada no primeiro livro, mas o “superficial” tinha que, pelo menos, encaixar na história completa, o que definitivamente não acontece.
Em livros – bons livros, pelo menos – coisas não são colocadas aleatoriamente, tudo tem um por que. Se, para finalizar o primeiro volume, Anne Rice deu a entender que o jornalista ia procurar Lestat, no livro seguinte ele tinha que ter ido procurar Lestat. O Lestat poderia tê-lo matado e encerrar a participação do personagem por aí, mas não simplesmente esquecê-lo.
Esquecer parece-me que é o ponto forte na transição entre os dois volumes: onde foi o ódio do Louis pelo Lestat? Como ele perdoa, diz sentir saudades e vira amigo de Lestat sendo que passou O Entrevista com o Vampiro inteiro odiando-o?
Não li os demais volumes da série. Não sei o que Anne Rice colocou nos outros oito livros, só sei que me decepcionei com a autora e com a história. Não vejo como qualquer uma destas coisas possa ser proposital. Repito: não são versões diferentes, são historias e pessoas completamente distintas. Só espero que quando ler O Vampiro Armand não descubra que ele tem uma terceira personalidade que virá de encontro com tudo que ela publicou antes.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Stephen King


Stephen King adora escrever sobre escritores. Se o personagem principal não é propriamente o escritor, provavelmente alguém bem próximo a ele será. Talvez escrever histórias de terror sobre escritores seja extremamente mais fácil, pois afinal não há nada mais “estranho” do que um cara que a profissão é contar histórias, não é?
Mas independente de como o protagonista resolve ganhar a vida, os milhões de livros de King e os milhares de filmes adaptados de seus livros são, em sua grande maioria, muito bons.
Não estou nem perto – aliás estou muito longe – de ler pelo menos a metade das obras do autor, mas com exceção de Casa Negra, não há realmente um dos livros que eu já tenha lido que seja chato e maçante. 
O Talismã, escrito em parceria com Peter Straub, por exemplo, conta a história de um menino de 12 anos numa jornada pelos Estados Unidos para salvar a vida da sua mãe que tem câncer. Apesar das mais de 500 páginas do livro, em letras minúsculas que só Stephen King consegue, o livro é para ser devorado. Você consegue entrar na pele do personagem, torcer por ele ou sentir medo com ele, além de sofrer quando coisas acontecem.
Outra obra fantástica, mas que foge do estilo terror, é À Espera de um Milagre, que também tem uma das melhores adaptações que eu já vi para o cinema. Com exceção de Harry Potter, este livro foi o que mais chorei no final de tanto que King consegue nos transportar para dentro da história. No mesmo gênero, o conto Um Sonho de Liberdade originou um filme excelente que merece ser visto.
No gênero terror psicológico, Jogo Perigoso conta a história de uma mulher algemada na cama, no escuro, sozinha em casa, com o marido morto no chão e todas as peças que nossa mente nos prega em situações assim. É simplesmente genial e deve ser leitura obrigatória.
E, claro, um dos mais conhecidos: O Iluminado. Que, para o cinema, trouxe como protagonista Jack Nicholson. Um dos livros mais medonhos que já li e que, caso eu estivesse sozinha em casa, eu não chegava nem perto.
Entretanto, 1408, filme adaptado de um conto de Stephen King que é “apenas bacana”, mas que gerou um filme terrível. O qual, eu definitivamente não recomendo.
São mais de 60 livros que originaram mais de 40 filmes. It, Celular, Conta Comigo, A Janela Secreta, Carrie, Christine, Cemitério Maldito, Love – A História de Lindsey, Insônia, O Nevoeiro, a série Torre Negra... enfim, uma infinidade de histórias e milhões de páginas que devem ser lidas por fãs de ficção – ou por qualquer um. Afinal, um cara com a pachorra de escrever essa quantidade de livros, ter mais da metade adaptado para cinema e séries e ainda ser conhecido em mais de 40 países realmente merece nosso respeito.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Vampiro Lestat

ATENÇÃO: Esta resenha contém Spoilers. Caso não queira conhecer passagens do livro, não continue a leitura.

O Vampiro Lestat é o segundo volume das Crônicas Vampirescas de Anne Rice. Não posso dizer se é melhor ou pior que o seu percussor, Entrevista com Vampiro, porque ainda não o li. É o próximo livro da minha lista.
O livro é a história de Lestat, um homem transformado em vampiro no século XVIII e que após viver sua vida, resolve dormir por alguns anos, acordando no ano de 1984 e decidindo se tornar um rockstar. Nas trilhas do sucesso, o vampiro escreve sua biografia para revelar ao mundo toda a verdade por trás dos vampiros.
A obra de Anne Rice é fantástica. A história é extremamente bem escrita. Te prende do começo ao fim e pertence aqueles gêneros de livros que fazem com que você queira ler mais e mais e não tenha a mínima ideia de que horas é, o que importa é devorá-lo.
Entretanto, talvez este até seja o charme do livro, Lestat é um personagem escroto. Um personagem completamente sem limites, que não tem ideia das consequências e apesar de dizer “que quer amor”, só se importa com ele mesmo.
Exemplo: quando Gabrielle pede para ele não transformar o Nicki que não vai dar certo, o que ele faz? Transforma-o. Afinal é o que ele quer e é o que importa. Quando Marius conta a história Daqueles que Devem Ser Conservados e pede para ele jamais mencionar para alguém tudo que foi dito, o que ele faz? Não apenas conta, como escreve um livro falando tudo o que sabe. Quando Marius fale pra ele não transformar ninguém que não tenha aproveitado uma vida completa que isto pode causar grandes danos, o que ele faz? Transforma uma menina de seis anos, Claudia, em um vampiro. Entre tantas outras situações que só servem para demonstrar seu egoísmo.
Mas o pior de tudo é que ele sempre consegue o que quer sem grandes prejuízos no final. Alguém sempre aparece para livrar a cara dele e ninguém jamais o repreende. O máximo que falam é “Ah, Lestat, você é impossível”, mas sem intenção de dar bronca, apenas querem mostrar sua falta de limite como se fosse algo legal.
Apesar da escrotidão em 90% dos casos, Lestat é um vampiro apaixonante. Você consegue se apaixonar pela sua história e, com algumas ressalvas óbvias, até pela sua maneira de viver. A sua paixão pela “vida” e sua mania de contestar tudo que lhe é falado são características que não passam despercebidas. 
O Vampiro Lestat é sedutor, é elegante, é inteligente, é charmoso e é a personificação do que um bom vampiro deve ser. O livro de Anne Rice merece ser lido e apreciado e Lestat, como todo personagem que preze, consegue que o amamos e o odiamos na mesma proporção.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ler...

Existem certos livros que quando você escolhe lê-los, realmente não espera que ele vá surpreendê-lo. Por outro lado, também existem aqueles que você tem certeza que será a melhor leitura do ano e o livro não passa de um grande desapontamento.
Da mesma maneira, autores que não estão na lista dos mais vendidos e muito menos fazem parte dos clássicos, também rendem boas surpresas e boas leituras, muitas vezes melhores do que aqueles que encabeçam o top 20 das livrarias.
Para os livros serem bons precisam de uma boa história, uma boa escrita e serem capazes de te fazer lê-los sem notar que o tempo está passando e que já são sete horas da manhã, você não dormiu e a única coisa que importa é conhecer o final da história. 
Ler não é apenas ser transportado para outros lugares e todos os clichês que campanhas pró-leitura pregam por aí. Ler é conhecer, se divertir, imaginar. É sofrer com um personagem e torcer por outro. É reler cinco vezes o mesmo parágrafo para ter certeza que o autor matou seu personagem favorito e se indignar quando percebe que é realmente verdade. Ler vai além do que podemos escrever sobre. Gostar de ler é uma escolha. É mais do que um hábito, é um dom. E, infelizmente, parece que muitos poucos foram contemplados com este poder.