segunda-feira, 9 de abril de 2012

Almanaque da TV


É complicado voce pegar para ler um livro intitulado “Almanaque da TV” e se deparar com um “Almanaque da TV Globo com algumas histórias de outras emissoras inclusas”. 
Os autores, por ainda trabalharem na TV Globo, resolveram fazer um resumão do que foi a história da rede até mais ou menos 2005. Claro que é impossível não mencionar outras emissoras e determinados programas, mas fica evidente que os autores querem simplesmente citá-las por obrigação. 
Há o exemplo da TV Excelsior, que apesar dos poucos anos de duração, foi de uma importância ímpar para a história da televisão e praticamente criou o modelo de programação adotado até hoje pela Globo, mas que aparece pouquíssimas vezes no decorrer do livro.
A TV Record, bem mais antiga que a sua concorrente, aparece menos ainda. É possível, quem sabe, encher os dedos de uma mão com a quantidade de aparições da emissora na obra.
O SBT ainda aparece um pouco. Talvez tenha sido impossível negar Silvio Santos, um dos homens mais importantes da história da televisão brasileira. Entretanto, o programa Chaves que foi – e ainda é – um dos programas mais assistidos da televisão, não mereceu nem uma nota de rodapé.
Algumas curiosidades interessantes são contadas no livro de quando se começou a fazer TV no Brasil que não se tinha a menor noção de nada. E também de outros países. Um caso bacana que me chamou a atenção foi sobre os mitos da influência de assistir televisão: na Inglaterra, dizia-se que a exposição excessiva à televisão diminua o consumo de Fish & Chips e ainda dava cáries.
Mas apesar de ser um livro completamente parcial sobre a história e as curiosidades da televisão, é uma leitura bacana e extremamente válida para quem curte o assunto ou simplesmente se interessa pela história dos veículos de comunicação. Só é aconselhável manter na cabeça que é um livro mais popular e de linguagem fácil sobre a história da Rede Globo.
Porém, eu sou da opinião de que a partir do momento que se decide escrever sobre a televisão no geral, gostos e preferências devem ser deixados de lado e também o medo de não agradar os patrões por citar em demasiado a TV Tupi ou Excelsior ou qualquer outra. Não estou negando a importância da Globo para a história da televisão brasileira – muito pelo contrário – a Globo é um exemplo de técnica e qualidade de dar inveja (apesar de ter outros inúmeros defeitos), mas ela só surgiu em 1965, a TV já existia há 15 anos no país. Cadê a história destes 15 anos e de como foi difícil aprender a fazer televisão?

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