segunda-feira, 26 de março de 2012

Protegendo o Inimigo


Protegendo o Inimigo traz tudo que se espera de um filme de ação. O problema é que ele fica nisso, é apenas mais um. O roteiro é previsível, usando o clichê do “bad guy” que muda de ideia e acaba se tornando o herói. Papel que coube a Denzel Washington, que por incrível que pareça teve uma atuação fraca.
O filme foi feito para Ryan Reynolds e fica a impressão de que Washington foi mais importante como chamariz para atrair os fãs fiéis – como foi meu caso – que para a construção da obra em si.
Sem contar que apesar de Tony Scott não estar de modo nenhum envolvido na produção, Daniel Espinoza montou seu longa-metragem completamente inspirado no diretor. Primeiramente pelo próprio Denzel, que é a estrela de praticamente todas as suas produções, mas também pela fotografia, movimentação de câmera e iluminação, que são claramente inspiradas no estilo de Scott.
Embora o roteiro seja um clichê, ele até funciona bem em certos momentos. As cenas de ação são bem desenvolvidas, conseguindo gerar a eletricidade e o clima de tensão necessários.
Os personagens, se não são fracos, também não chegam a impressionar. Denzel Washington faz seu papel de sempre: o cara solitário e experiente. Apesar de ser craque no estilo, Washington parece estar com preguiça de atuar, o que tira um pouco seu brilho. 
Já Reynolds faz o típico mocinho novato de filmes de ação. Corajoso e honesto, Matt é daqueles que acreditam em seu dever e duvidam do mal, reluta em acreditar que há um traidor ou que o governo possa estar sendo criminoso. Essas características são bem ilustradas em algumas cenas, mostrando seu desconforto ao ver Frost ser torturado por agentes da CIA ou hesitando para atirar em um guarda inocente, ainda que para se defender.
Resumindo, Protegendo o Inimigo acerta em alguns pontos e falha em outros. É raso, mas não deixa de ser uma boa peça de entretenimento. A presença dos astros garantirá uma boa bilheteria, mas o filme dificilmente será lembrado no futuro.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Raciocínio Criativo na Publicidade


Apesar do título bastante específico, o livro de Stalimir Vieira é válido para todos querem aperfeiçoar a arte da criatividade.
Escrito de maneira fácil, o autor desmistifica o senso comum de que ser criativo é praticamente similar a ter um super poder. Ao contrário: para ser criativo basta se exercitar.
No livro, a criatividade nada mais é que um exercício. É necessário trabalhar a mente a pensar diferente, criar o hábito de ir na contramão, de fazer perguntas que fujam do comum e não ser passivo a tudo que é despejado diariamente sobre todos nós.
Com exemplos de cases reais, Vieira nos mostra que a solução criativa é tão simples quanto a “solução comum”, basta você estar treinado para conseguir enxergá-la.
O foco do livro é a criação publicitária, mas o assunto é perfeitamente adaptável a outras áreas do conhecimento: a técnica da criatividade é a mesma. Como o próprio autor cita nas páginas do livro, a Folha de São Paulo convida-o periodicamente a realizar palestras aos jornalistas para ensiná-los a como criar títulos que atrairão mais leitores.
Contudo, talvez pela intenção de criar um “beabá da criatividade”, o autor é simples demais, explicando tudo tão detalhadamente que não deixa margem para interpretações. Stalimir Viira mastiga tanto o assunto que até acaba com o sabor, chegando muitas vezes a se tornar extremamente repetitivo, explicando o mesmo assunto de diversas maneiras diferentes, o que não há necessidade.
Raciocínio Criativo na Publicidade é rápido, fácil e traz um conhecimento bacana. Mesmo o autor não tendo feito nenhuma descoberta incrível e trazendo um assunto bastante clichê, a leitura é válida.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O Herói Perdido


Agora eu entendo o porquê de JK Rowling não escrever outros livros depois de Harry Potter. É impossível não comparar. No caso de “O Herói Perdido” isso fica ainda mais evidente por se tratar realmente de uma continuação de Percy Jackson.
Uma coisa que me incomoda em Rick Riordan é seu estilo de escrita com um quê de humor: o autor acha que há necessidade de meter uma piada engraçadona pra qualquer personagem em qualquer situação. E não é assim que funciona. Há personagens que não combinam com piadas e pronto.
Mas apesar disso, gosto bastante da saga Percy Jackson (um dia escrevo sobre ela!) e gostei bastante do primeiro volume dessa série “Os Heróis do Olimpo”.
Acho a escrita de Riordan fácil e gostosa. Ele consegue te prender nas páginas do livro, te contar a história sem te sobrecarregar de informações e sem te deixar cansado. Você quer chegar ao final do livro, apesar de, na maioria, o final ser bastante previsível.
Para quem gostou da primeira parte da história dos Olimpianos, vai se identificar com esta continuação. Há bastante ação, mistério, romance (sempre, né?!) e Rick Riordan traz o lado romano da mitologia caminhando juntamente com o grego.
Vamos aguardar os demais volumes da série. Espero que mantenha a mesma qualidade de Percy Jackson e desta primeira edição. Espero também que, apesar de trazer os personagens da saga anterior, eles continuem em seu papel secundário e que, Percy Jackson, depois que aparecer, não se torne mais uma vez o grande herói da história.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres


Ao contrário de todas as minhas expectativas, Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres é um filme muito bom. Arriscaria até a considerá-lo melhor que a versão sueca. Longe de ser um filme perfeito, é uma adaptação muito boa da obra homônima de Stieg Larsson.
Não gosto muito dos atores escolhidos para representar os personagens. Por alguma razão obscura, não vou com a cara do Daniel Craig, mas deixando este sentimento de lado, não considero que ele tenha conseguido encarnar o verdadeiro espírito de Mikael Blomkvist. Aliás, acho que nem Craig e nem Michael Nyqvist alcançaram a verdadeira essência do personagem criado por Larsson.
O mesmo cabe à Lisbeth Salander. Gostei da interpretação de Rooney Mara, apesar de achar que Noomi Rapace conseguiu fazer um trabalho muitíssimo melhor. Mas, assim como no caso de Super Blomkvist, nenhuma das duas conseguiu realmente captar o verdadeiro “eu” da Hacker. Faltam mais algumas gotas de antissociabilidade para atingir o grau perfeito. Este elo perdido da personagem também considero que seja um pouco culpa do roteiro. Quiseram fazer uma Salander antissocial mas carismática e que vendesse o filme. Uma combinação não muito boa.
Outro ponto que me deixou bastante possessa com o roteiro foi a infeliz mania de Hollywood de romantizar qualquer história que envolva um homem e uma mulher. Apesar de no livro existir uma certa paixãozinha de Lisbeth por Blomkvist, não é um amor de fato. Não há cenas de conchinha na cama e nem Lisbeth abrindo o coração. Ela confia nele, sim. Ela gosta dele, sim. Mas ela é Lisbeth Salander. Ponto.
O filme é longo, são quase 2h40 que passa razoavelmente rápido. O filme chega a ser arrastado em algumas partes e cheio de detalhes, do mesmo modo que o livro. Há um final um pouco diferente do que o do livro, mas não achei que tenha sido nada que prejudicou a adaptação. De fato, gostei da maneira como solucionaram o mistério.
Vale à ida ao cinema. Não tanto quanto vale a leitura dos livros, mas acho que nenhuma adaptação realmente valha. Agora só nos resta aguardar os outros remakes da trilogia. Será que as versões hollywoodiana irão superar a sueca?