terça-feira, 3 de maio de 2011

Política Para Não Ser Idiota


Quando entrei na faculdade de jornalismo, há quase cinco anos, eu era outra pessoa. Não posso negar que sempre fui chata, mas antes, minha chatice não tinha muita sustentação. Hoje minha chatice está maior – juntamente com meu ceticismo – porém, agora, há um certo fundamento e eu sei que com ela posso até fazer diferença.
Quando entrei na faculdade também não ligava a mínima para política. Política para mim era apenas a política partidária. Hoje vejo que o partidarismo é apenas uma vertente e talvez não seja nem a mais importante. Política é tudo. Tudo que está ligado ao nosso dia a dia. Pratica-se política no trabalho, em casa, na rua e até nos relacionamentos.
O livro de Mário Sérgio Cortella e Renato Janine Ribeiro discute bem este ponto de o que é e onde se faz política. Escrito em forma de diálogo entre os autores, a leitura é tranquila, rápida e prazerosa.
Não posso dar “cinco estrelas” para o livro por não concordar com grande parte dele, alguns conceitos e ideias presentes não me agradam e não enxergo as coisas daquela maneira. Mas dou um grande crédito à obra pela iniciativa e tentativa dos autores de tentar falar de política de uma maneira simples e agradável.
O único problema disso tudo é que, pela maneira como o livro é escrito, dá-se a entender que o público é justamente “eu” há cinco anos. E o “eu” há cinco anos jamais iria parar na livraria, olhar para capa de um livro intitulado “Política para não ser idiota” e ter a mínima vontade de folheá-lo, quem dirá comprá-lo para ler.
Como eu disse e repito: admiro a intenção dos autores ao construir este livro e são estas pequenas intenções que podem fazer a diferença futuramente. Mas adianta apenas escrevermos um livro que não vai alcançar ninguém? Enquanto política não deixar de ser vista apenas como política partidária, como algo sujo e corrupto e não for tratada como algo sério, não há como mudar muita coisa. Qual seria a solução então? Juntar todos os “eus passados” numa faculdade de jornalismo e fazê-los entender a importância da política ou juntar todos os “eus presentes” e tentar fazer a diferença? Eu acredito que a base para melhorarmos nosso país e o mundo é a educação. A partir da educação vamos criar cidadãos conscientes politizados que farão a diferença. Eu acredito em um jornalismo utópico capaz de mudar o mundo.