domingo, 28 de novembro de 2010

Lino Villaventura


O terceiro volume da Coleção Moda Brasileira foi, para mim, o mais fraco dentre os que já li. Não possuia muito conhecimento sobre a "obra" de Lino Villaventura e, após terminar o livro, continuo não tendo.
Como os outros dois, o livro segue o mesmo padrão: introdução, uma breve biografia, cronologia e fotos da coleção. E, assim como no de Ronaldo Fraga, há um breve textinho, mas muito breve mesmo, que seria até melhor não ter, falando um pouco sobre a coleção.
A quantidade de texto deste terceiro volume é bem inferior a dos outros dois e com qualidade inferior também. A introdução é escrita por João Braga (um dos mais conceituados pesquisadores da área de História da Moda no Brasil) e a "breve biografia" é mal escrita por Jackson Araujo (alguém que eu nunca ouvi falar).
Caso você se interesse pela história de Lino Villaventura, procure outros livros que possam te acrescentar algo. Se você tem/achou a Coleção Moda Brasileira, então aproveite e leia ele mesmo, mas sem grandes esperanças.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ética e Mídia

Falar sobre ética e mídia é muito complicado. Principalmente pelo fato de que a teoria é uma coisa e a prática, algo completamente diferente.
Na formação básica de todo e qualquer jornalista aprende-se que o compromisso é apenas com a verdade e que devemos sempre buscar a imparcialidade, neutralidade e objetividade. Mas, antes mesmo de se chegar ao mercado de trabalho, já percebemos que as coisas não funcionam bem assim. Hoje, no quarto ano da faculdade de jornalismo eu já enxergo a podridão dos veículos de comunicação e de como os princípios básicos são apenas mitos. 
Veículos jornalísticos são empresas que precisam de dinheiro para sobreviver. Dinheiro este vindo de anunciantes, sócios e que acaba interferindo no conteúdo da mensagem. Vivemos num mundo capitalista e não adianta pensar no jornalismo como algo ideal de “vamos escrever o que é certo e o que queremos”. Isto não vai acontecer. Se a sua matéria vai contra o maior anunciante daquele jornal, há grandes chances de ela ser cortada. Cadê o compromisso com a verdade? O que vemos aqui é o compromisso com o dinheiro.
Outro ponto importante é que todo veículo possui uma linha editorial. Legalmente falando, mídia impressa pode ter uma posição definida. Mas o problema se encontra em que mesmo Veja, Estadão, Folha possuírem suas ideologias políticas, elas não abertamente ditas ao público. Eu entendo a parcialidade dos textos e das capas da Veja porque aprendi a entender. Mas o grande público não entende e acha que o jornalismo da Veja tem compromisso com a verdade e pronto.
Quando se trata de concessões públicas, como Rádio e TV, por lei, não é permitido ter posição política nenhuma. Mas na prática não é bem assim que funciona. Como mostra claramente no documentário “Muito Além do Cidadão Kane”, a Globo possui suas ideologias e não abre mão delas. Não é necessário nem assistir a este filme, basta sentar, assistir o Jornal Nacional e analisar a mensagem.
E agora pensamos, a Rede Globo é ética? A Veja é ética? De acordo com os princípios básicos da profissão? Não. De acordo com os princípios básicos do dia a dia do mercado? Quem sabe. De acordo com os meus princípios e com o que eu acredito? Estão longe de ser minimamente éticas.
Mas, afinal, vivemos – por enquanto – uma liberdade de imprensa que dá o direito da mídia falar o que quiser, do jeito que quiser. O único problema nisso tudo é pensar que a maioria não consegue enxergar os interesses por trás da notícia, a maioria não questiona a mensagem, a maioria nem sequer entende direito o que é dito. Assim, enquanto tivermos uma população que se deixa ser manipulada, não vamos ter veículos de comunicação éticos, comprometidos com a verdade e apenas com ela.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ronaldo Fraga

Li agora o volume 04 daquela mesma coleção de Moda Brasileira do post sobre o livro do Alexandre Herchcovitch. Desta vez, do estilista Ronaldo Fraga.
O estilo do livro é o mesmo do Herchcovith: cronologia, fotos de coleções importantes, uma introdução e um breve texto com algumas curiosidades e vida do estilista. Porém, o texto introdutório deste quarto volume é de Gloria Kalil e este livro tem uma vantagem sobre o primeiro: possui um breve textinho contando um pouco sobre a coleção que está ali retratada. É bem uma introduçãozinha básica, mostrando quais as influências que Fraga sofreu ou o porquê de determinada coleção ser de determinada maneira. Achei bem interessante.
Mais uma vez, é uma história bem superficial do estilista, mas é legal para quem se interessa pelo assunto e não tem paciência para livros grandes e/ou tempo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tropa de Elite 2

Quando lançou Tropa de Elite 2 e meu namorado me chamou para assistir, enrolei ele o máximo que consegui, pois não gostei do volume 1 e não queria assistir a continuação. Chegou um momento que não deu mais para evitar e acabei indo ao cinema. E, confesso, me arrependi de não ter ido antes. O filme é sensacional.
Acredito ser uma das poucas pessoas no Brasil que não gostaram de Tropa de Elite 1, mas este segundo filme me surpreendeu. Os diálogos são melhores, a qualidade de filme e a história também.
Porém, um filme com o conteúdo de Tropa de Elite 2 é muito complicado. Primeiro, porque estamos em ano de eleição. Segundo, porque eu tenho certeza absoluta que 95% das pessoas que assistiram não captaram realmente a mensagem do filme.
Estava lendo algumas resenhas do filme por aí, e fiquei chocada com a quantidade de pessoas dizendo: “Toda a polícia não presta, todos os políticos não prestam, o sistema é uma merda e não há solução pro Brasil. E foda-se os direitos humanos.” Só achei estranho não arrastarem a mídia pro “buraco” junto. Se você não tem capacidade de entender entrelinhas e de ter julgamento próprio, realmente é esta ideia que vai estar na sua cabeça, ao sair da sala de cinema. A polícia está uma merda, a política está uma merda e o sistema está uma merda. Mas não vamos generalizar. O maior problema do Brasil são os brasileiros. E para sairmos deste buraco, temos que mudar a consciência. Muito difícil, mas isto não justifica pegar o filme como verdade e não enxergar tudo que realmente há por trás.
Mas não adianta eu falar. Entender o filme vai da consciência, do julgamento e do conhecimento de mundo de cada um. Eu só gostaria que os brasileiros conseguissem aproveitar de verdade o conteúdo de um filme neste calibre.